Germano Revela o Silêncio e a Vertigem da Amazônia na Galeria Rose Maiorana com Obras em Acrílico, Lenços de Seda e Fotos Inéditas


Belém do Pará recebe a arte profunda de Germano, um artista que transcende a fotografia e a pintura, convidando o público a uma experiência de silêncio e vertigem. A Galeria Rose Maiorana exibe não apenas suas aclamadas obras em acrílico e lenços de seda, mas também uma série de fotos no tamanho 30 x 40 cm, que prometem mergulhar o espectador nas profundezas de sua poética.

O Olhar que Desvenda a Existência

Contemplar uma obra de Germano é embarcar em uma jornada que se inicia no detalhe. Suas fotografias de cascas de árvore, presentes nas novas imagens de 30 x 40 cm, são como mapas topográficos da existência, onde cada ranhura e fissura narra uma linha do tempo, um registro de ventos e secas. O que começa como um fragmento se expande em universo, revelando a própria pele da Terra. Essa epifania silenciosa reverbera em suas pinturas abstratas, provando que para Germano, fotografia e pintura são linguagens complementares, um diálogo contínuo entre a matéria observada e a emoção sentida.

A Poética da Resistência: A Beleza na Adversidade

A arte de Germano é guiada por uma escolha fundamental: a preferência pelo "que resiste" em detrimento do que simplesmente floresce. Ele não busca a exuberância da flor, mas a beleza profunda da força silenciosa que se dobra sem quebrar, que carrega cicatrizes como memória. Suas obras são um tributo a essa perseverança, celebrando a permanência teimosa e a beleza forjada na adversidade, transformando a dificuldade em sabedoria visual.

Amazônia: Caminhos, Cicatrizes e Veias Abertas

Na Amazônia, o olhar de Germano se torna sísmico. A imensidão da floresta não é apenas um espetáculo, mas um corpo complexo a ser escutado. Para o artista, os rios são simultaneamente “caminhos, cicatrizes e veias abertas”. Como caminhos, representam as artérias ancestrais da memória e da cultura; como cicatrizes, carregam as marcas dolorosas da exploração e violência ambiental; e como veias abertas, pulsam com a força vital que sustenta tudo. Sua obra captura essa trindade indissociável, revelando um território que é, ao mesmo tempo, santuário e campo de batalha.

O Ato de Tocar a Memória da Terra

O processo criativo de Germano é um ato de entrega, onde as imagens muitas vezes o escolhem, esperando o momento certo para se revelar. Esse estado de prontidão permite-lhe reconhecer a transcendência no ordinário. O ato de fotografar, incluindo as novas obras de 30 x 40 cm, torna-se uma forma de "tocar a memória da Terra", um ato de comunhão. Para ele, a conexão entre a "resistência das árvores e a persistência da arte" é evidente, narrando suas histórias em silêncio e enraizadas na crença de que vale a pena permanecer.

Um Convite à Escuta Silenciosa

Germano nos convida a uma intimidade profunda com o mundo. Suas obras, seja nas grandes fotos, nos acrílicos ou nos lenços de seda, transcendem a representação para se tornarem um convite à escuta. Em um mundo ensurdecido pelo ruído, o artista oferece a pausa, o respiro. Ele nos lembra que a Amazônia, e a própria vida, não se explicam, se sentem. E que nossa sobrevivência talvez dependa de aprendermos a ouvir seu pulso silencioso, a decifrar a gramática da resistência inscrita em cada raiz, folha e veio d'água.

Qual aspecto da arte de Germano mais te intriga?

Serviço

Exposição de Germano – Fotografias, Pinturas e Lenços de Seda
Local: Galeria Rose Maiorana
Endereço: Travessa Perebebuí, 2195 – Bairro Marco, Belém – PA
Entrada: Gratuita

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